terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Por vezes morrem pedacinhos de nós

Há dias em que morremos um bocadinho, dias em que uma palavra mata uma célula nossa, a frase dilacera, até o olhar, há dias em por vezes morrem pedacinhos de nós. Sabem aqueles momentos em que ouvimos aquelas palavras, aquela frase e depois de reflectir um  pouco percebemos que já somos menos nós? Lembrei de tudo isto ao ler uma história - A Lista dos Meus Desejos de Grégoire Delacourt... deixei de ler e essa dor de não conseguir ler tem sido difícil de ultrapassar. Andei pelas livrarias, pelas centenas de livros que possuo e ainda não li, pelas publicações e tentei reatar a minha relação de profunda felicidade que tenho com os livros. O momento da ruptura dolorosa da ausência das palavras de mim deu-se com esta A lista de desejos, podia ter sido outro livro qualquer mas foi este, estas palavras que me salvaram quando aconteceram outras que me mataram. Sabem aquelas palavras que ouvimos em momentos e depois de dormir, na manhã seguinte, ou algumas manhãs depois, por vezes muitas manhãs de depois... naquele instante em que percebemos que morreu um pedacinho de nós, um pedaço que não recuperamos porque ele foi arrancado. 

Há dias em que morrem pedacinhos de nós, um sorriso que não volta, um bater do coração, morre aquele sentimento que nutria a nossa alma, é assim, pedacinhos que voaram para longe de nós.