quarta-feira, 13 de maio de 2015

Intolerância Ignorante ao Sofrimento!

Existe atualmente uma intolerância acutilante ao sofrimento do próximo! Não sofrimento das pessoas longe de nós, nada disso, não noutros continentes ou países. A intolerância refere-se ao próximo, a um colega de trabalho, um familiar, um amigo.
Em o Amor Acontece, uma das personagens chora ao lembrar-se da esposa que faleceu recentemente, a Karen diz-lhe "Get a grip, people hate sissies." E a verdade é essa! Ninguém quer saber!!
Talvez esteja a ser injusta mas a verdade é que vi, ninguém me contou, não tem pontos a mais muito menos braços ou contos. Presenciei o ligeiro revirar de olhos, nada muito acentuado para que se possa desculpar com assombro, depois seguido de cinco segundos de interesse e após esses breves segundos que nos fazem acreditar na humanidade, o rosto, outrora "fingidóinteressado" olha para o lado e começa a falar com outra pessoa. E nós? Nós ficamos com a palavra a meio, presa na garganta ou na ponta da língua e confirmamos o que não queremos que seja  verdade, usually people don't give a damn!
 Não me entendam mal, não, esperem lá, entendam mal sim! Não vivemos num mundo onde se vive somente para a perfeição ignorante do fingimento abrupto que se julga ser credível e real. Esqueçam isso, vivemos para seremos felizes e a felicidade não advém do ignorar o sofrimento de um semelhante, é impossível, ou melhor, não pode ser possível. Please. Hoje estou assim...

terça-feira, 5 de maio de 2015

Dor

Hoje foi assim uma dor dilacerante que cortou os nosso peitos. Fomos juntos a segurar as nossas mãos e almas para te levar ao teu último destino. Apareceu o sol par aguentarmos firmes os passos que te acompanhavam.

Hoje não quero lavar o rosto. Quero deixar o sal das minhas lágrimas a marcar e secar a minha pele para parecer que ainda cá estás.

Hoje não quero deixar de sentir a dor, porque a presença dela prende-te a nós. Hoje sinto dor, amanhã também, mas só amanhã deixarei ir, amanhã lavo o rosto, ponho creme na pele seca pelas lágrimas, mas hoje não.

Até sempre!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A Partida

A última vez que falámos estavas preocupado pois não sabias se ainda havia comida para mim e para o D. Nessa noite chegámos tarde à festa e por pouco não havia jantar, mas tu, cheio de energia foste tratar do assunto e nós sentámos-nos junto dos teus queridos pais. 

Partiste e não voltarei a falar contigo.

Partiste e não voltarás a chamar-nos "Casal maravilha". 
-Olha o casal maravilha, sempre em grande estilo!
Dizias isto sempre, depois riamos e partilhávamos uma recordação qualquer, falávamos deste ou daquele cão ou gato e falávamos dos nosso planos...

Tenho um vídeo onde falo contigo, não apareces porque nessa altura ainda eras tímido, foi no meu casamento e quase tivemos de te obrigar a parar, sim, porque tu estavas a filmar...

Meu querido amigo, o D. não mostra a dor dele, sabes bem como ele é. 
Eu, por outro lado ainda não consegui deixar de chorar por ti... sei, sei, não queres que chore, mas cada um sente como sente...

Falei contigo uma vez, lembraste, não podíamos ir ao teu jantar, e fiquei tão triste, e tu? Tu disseste "Não fiques triste, temos muito momentos juntos ainda!" Contei ao D. e ele disse que estavas certo, mas não estavas, ficaste pior e eu não sabia, estavas a ir embora e nós não sabíamos. 

O que conta? Nós termos sido amigos. Nós termos partilhado alguma coisa juntos. O que conta é que em algum momento da nossa vida sorrimos todos juntos.

Adeus amigo Joel, adeus amigo.

God speed!
Assinado:
Casal Maravilha I&D

terça-feira, 14 de abril de 2015

Estranhamente

Estranhamente amanhã é outro dia!
São muitas as frases que utilizamos para ilustrar os nosso pensamentos. Todos nós, ou quase todos nós, temos aquelas frases que são nossas, as pessoas sabem que são tipicamente nossas, fazem parte do nosso ser. Eu gosto muito de advérbios, mais precisamente o advérbio "Estranhamente" e uso esta palavra muitas, muitas vezes.
O advérbio "estranhamente" é quase exclusivamente meu!

"Estranhamente amanhã é outro dia" é a minha adaptação da fala final de Vivien Leigh em "E tudo o vento levou". Curiosamente amanhã é sempre outro dia, não no sentido literal, pois os dias passam de segunda para terça e de terça para quarta e por aí fora. Amanhã é outro dia e o que sentimos hoje no dia seguinte é ligeiramente diferente, nem que seja só um bocadinho. Amanhã é mais suave ou mais intenso, dói mais ou dói menos, nunca é a mesma dor! Amanhã pode já não ser o problema que nunca foi, nós é que tínhamos os olhos e o coração enublados pela tristeza ou pela raiva ou pela dor.

Estranhamente amanhã é outro dia!

 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Bolo

Acabei de ver o filme "Cake" com a Jennifer Aniston, não porque ela é a protagonista do filme mas porque o tema do filme é a dor! As semelhanças com a sua personagem são muito poucas, existe somente a dor e a incompreensão do próximo acerca da nossa dor, uma dor que é física mas não se vê. 

A dor crónica é algo que as pessoas não conseguem entender, nem suportam, irritam-se connosco como se a escolha de sofrermos fosse nossa... até hoje entre sofrer e não sofrer eu escolho não sofrer, não sou idiota, mas, os dias em que não sinto dor são muito poucos. Não me lembro da última vez em que não senti dor! 

E, depois há aquelas observações irritantes de "Mas não tomas nada?" ou "Mas já foste ao médico?" , ou a melhor de todas "Mas não fazes nada contra isso?" como se as pessoas fossem suficientemente estúpidas para preferir sofrer. 

"Sim, eu tenho medicação!"
"Sim, já fui ao médico!"
"Sim, faço muita coisa contra isto! Obrigada pela irritação incomodada que te faço sentir!"

A medicação na maioria das vezes tem o efeito de uma dor menor e não a eliminação dela. O médico demonstra compreensão. Por vezes levo mais tempo a fazer as coisas e preciso de mais descanso... mas é verdade, a escolha da dor é minha, tinha-me esquecido, desculpem lá!

Voltando ao filme, uma das personagens responde à terapeuta sobre o seu sonho, e ela responde "Fazer um bolo desde do início para o meu filho!" Entendo tão bem esta frase, porque já estive sentada na cantina da escola a comer apenas o esparguete porque não conseguia cortar a carne, a fazer a sopa com metade dos legumes porque não conseguia segurar mais a faca, a aspirar somente um quarto, a acordar e não conseguir lavar o rosto porque os meus dedos ainda estão "presos", mas espera, é verdade, a escolha da dor é minha, tinha-me esquecido, desculpem lá!

Fazer um bolo, escrever, pentear-me, segurar o secador, descascar uma batata, às vezes não consigo, mas é verdade, a escolha da dor é minha, tinha-me esquecido, desculpem lá!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Sometimes Part II

Às vezes apetecia-me dizer o que penso, dizer o que me vai na alma, o que me faz feliz e o que me deixa triste. 
Às vezes apetecia-me expressar as gotas do meu interior, sugar o oxigénio de dentro de mim, gritar o que vive na minha mente... por vezes doente... outras vezes o que percorre o meu coração... nem sempre e sempre em vão. 
E assim, sem esperar diria o que sinto, mostrar o que me magoa, o que me pisa o espírito. 
Diria o que sinto por saber o que fiz de errado, o que não deveria repetir, assim, simplesmente. 

Às vezes apetecia-me dizer o que penso...

segunda-feira, 16 de março de 2015

no mundo

Andamos no mundo
Rodeados de vento e fumo.
Andamos no mmmmmundooooooooooooooo
Perdidos, talvez encontrados?
De tanta coisa que não se sabe o que é!
Andamos por aqui
Calmos,
Por ali,
Calados,
Quietos a gritar…
                À espera de algo
                Que não se sabe o que é!

Talvez uma brisa…






A história dos beijos ou não, eis a questão!

Por favor não iniciem a leitura desta pequena reflexão a pensar que vou falar dos beijos de love, love,love. Não, not today! Os beijos a que me refiro sempre foram uma, vá lá pequena, pedra no sapato, e porquê? Boa pergunta!! Talvez seja útil saber que no país onde vivi 12 anos não se beijam as pessoas assim, sempre que as encontramos... lá, beija-se a mãe e o pai. Não me levem a mal, please, é só um sentimento que me causa sempre confusão, dúvidas existenciais, problemas de expressão. Beijar? Sim, mas quando? quem? com que frequência? fica mal não beijar? acham incomodo beijar? ficam chateados se damos os tais dois beijos, ficam aborrecidos senão damos? 
Bem até hoje subentendi algumas regras, que, de algum modo retiram as interrogações que os dois beijinhos me incutem. 
Assim sendo:
  • há pessoas que conhecemos a quem nunca damos os dois beijinhos ou porque são muito sérias ou simplesmente porque nunca aconteceu;
  • há pessoas que cumprimentamos com beijinhos às vezes: porque o momento é suficientemente solene ou porque todas as outras 15 pessoas o fizeram e fica mal escapar um;
  • depois não sabemos quando começou, mas houve um momento na nossa vida em que se deram os tais dois beijinhos e a partir daí não houve volta a dar, ninguém quer dar o braço a torcer, mas querem definitivamente não fazê-lo mais;
  • ainda existem as pessoas que nos cumprimentam para não darmos conta que algo mudou na relação social, mas ambas as pessoas sabem o que sabem mas fingem que não;
  • existem os beijos que damos  porque adoramos a pessoa, porque a admiramos, porque é nossa amiga (yes), estes cumprimentos não custam nada;
  • há os beijos de saudades porque só vemos as pessoas parcas vezes por ano;
  • os beijos para o pai e para a mãe;
  • os beijos sonhados que damos a alguém que já partiu mas ainda sentimos o aroma aquela pele.
E ainda há os tipos de beijos... quem só dá a cara, quem encoste ao de leve, quem efectivamente beije a nossa bochecha, quem lambuce a nossa bochecha, quem dê um estalinho, quem nos agarre o rosto, quem nos dê um "festinha" depois, enfim uma panóplia de dois beijinhos que ficam na nossa história.

beijinhos ou não? Eis a questão!

terça-feira, 10 de março de 2015

Como poderia






Como poderia esquecer?
Impossible I say!
O aroma da tua comida
A tua voz,
O teu beijo
E sempre que penso
Sinto o desejo de voltar
Nem que seja um só instante
Mãe! Tirei aquele livro da estante
Perdidamente
Escritas as palavras de outros para ti
São melodias infindáveis.
Dói-me o peito
Dói-me a alma de não puder…
De não dever…
Estás longe e no entanto aqui,
Aqui onde palpita o meu coração…
I’m so sorry my love

So sorry!







domingo, 8 de março de 2015

Gotas




As gotas da minha chuva
Secam na estrada quente.
Vejo os olhares tristes
De gente que sente.

Fico-me a ver
Nas ruas cruzadas
...... de sentimento......

Vejo palavras
Cansadas

......de sofrimento......

terça-feira, 3 de março de 2015

Felicidade

Things that make me happy: my Hubby, my Sister, my two lovely Godchildren, French Toast, Books, Bola de Berlin, Simples, não é?

Eu na 3ª pessoa do singular :)

Dou por mim a falar na 3ª pessoa! Quando é que isso acontece? Simples! quando sou a Madrinha. O modo "Madrinha" transforma-me em alguém para o André e a Beatriz. Nunca tinha percebido mas um dia ao falar com a minha princesa, dei por mim a dizer "A Madrinha já ajuda"e, subitamente pensei, mas a Madrinha sou eu, porque falo dela como se ela estivesse na sala ao lado. Talvez seja a necessidade de ser mais do que que esposa e filha e sobrinha e irmã e todas essas relações infinitas que a família nos alegremente providencia. O facto de não ser mãe talvez exige do meu coração que eu seja uma pessoa importante para alguém. Adoro ser a Madrinha daquelas pessoas maravilhosas, orgulhosa porque são seres lindos e carinhosos. 

O André é o meu príncipe que está prestes a ser pai, lembro-me da primeira vez que o vi, de cabelo escuro e espetado na caminha branca doce de algodão.

A Beatriz é o sorriso mais lindo do mundo, estou mesmo a falar a sério, repito, o sorriso mais maravilhoso do mundo e que me faz bem à alma e ao coração.

E é assim, há dias em que falo de mim na 3ª pessoa do singular porque me sinto verdadeiramente importante. 

A Madrinha adora-te!
A Madrinha ajuda!
A Madrinha já vai!
Já sabes que a Madrinha diz que sim :)
I’ve lost something yesterday!
E só hoje me apercebi!
Sinto que algo desapareceu
Como o sonho da manhã.
O respirar desvaneceu
É como a mesa que não pára de abanar.
Aquela perna,
Bamba, bamba, bamba.
Azul que me rodeia
Traz as recordações do futuro
Sinto o quê?

O processo de transformação daquilo que a ainda não vivi. 

Não quero saber de palavras


Não quero saber de palavras
Escritas…
Faladas…
Quero silêncio, …
Nem um murmúrio.
Não quero saber de coração,
Sentido,
Tocante ou não.
Quero alma,
Alma minha que se foi
Quero alma,
                para ainda buscar,
                para a deixar dançar.
Quero alma para ser
E outra para fazer.
Escrevo um verso num copo
Quero viver…
                Mas os sóis que se vão
                Não servem para nada.
                Quero lua, estrela sempre fria

                Lua que se torna quente em mim.

Sentir as palavras!


O que sou obrigada a sentir?
Pensamentos e ideias,
Pensamentos que se transformam em palavras.
As palavras sinto-as
Com as folhas que se perdem das árvores,
Vermelhos, laranjas, cores sem fim.
O que sou obrigada a sentir?
Folhas e livros,
Palavras que nascem na primeira estação.
Brilha o sol, flores e sementes,
São palavras, amigos

Que me obrigam a sentir!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Por vezes morrem pedacinhos de nós

Há dias em que morremos um bocadinho, dias em que uma palavra mata uma célula nossa, a frase dilacera, até o olhar, há dias em por vezes morrem pedacinhos de nós. Sabem aqueles momentos em que ouvimos aquelas palavras, aquela frase e depois de reflectir um  pouco percebemos que já somos menos nós? Lembrei de tudo isto ao ler uma história - A Lista dos Meus Desejos de Grégoire Delacourt... deixei de ler e essa dor de não conseguir ler tem sido difícil de ultrapassar. Andei pelas livrarias, pelas centenas de livros que possuo e ainda não li, pelas publicações e tentei reatar a minha relação de profunda felicidade que tenho com os livros. O momento da ruptura dolorosa da ausência das palavras de mim deu-se com esta A lista de desejos, podia ter sido outro livro qualquer mas foi este, estas palavras que me salvaram quando aconteceram outras que me mataram. Sabem aquelas palavras que ouvimos em momentos e depois de dormir, na manhã seguinte, ou algumas manhãs depois, por vezes muitas manhãs de depois... naquele instante em que percebemos que morreu um pedacinho de nós, um pedaço que não recuperamos porque ele foi arrancado. 

Há dias em que morrem pedacinhos de nós, um sorriso que não volta, um bater do coração, morre aquele sentimento que nutria a nossa alma, é assim, pedacinhos que voaram para longe de nós.



segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Momentos

Aqueles momentos crus e secos em que entendemos que nada volta a ser como era! Aquele momento em que olhamos e vemos claramente que tudo o que foi, foi efectivamente e não voltará a ser, eu diria nunca, mas sempre ouvi que "never say never". Já senti estes momentos por diversas vezes, provavelmente sou culpada disso porque dou a permissão de entrarem no meu mundo. Como se ultrapassam estes momentos de dor intensa em que sabemos que alguém deixou de nos considerar importante no seu mundo? Realmente não sei a resposta e, tenho a certeza que nunca saberei. Deixou de ser e passou a não ser, assim, simplesmente, num dia de Setembro.